segunda-feira, 14 de março de 2011

Nosso Lar (Resumo do livro) André Luiz, psicografado por Chico Xavier - Parte 01

PREFÁCIO COMPLETO:
"A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é jogo escuro das ilusões.
O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso.
Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria.
Cerrar os olhos carnais constitui operação demasiadamente simples.
Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser.
Oh! caminhos das almas, misteriosos caminhos do coração! É mister percorrer-vos, antes de tentar a suprema equação da Vida Eterna! É indispensável viver o vosso drama, conhecer-vos detalhe a detalhe, no longo processo do aperfeiçoamento espiritual!...
Seria extremamente infantil a crença de que o simples "baixar do pano" resolvesse transcendentes questões do Infinito.
Uma existência é um ato.
Um corpo - uma veste.
Um século - um dia.
Um serviço - uma experiência.
Um triunfo - uma aquisição.
Uma morte - um sopro renovador.
Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?
E o letrado em filosofia religiosa fala de deliberações finais e posições definitivas!
Ai! por toda parte, os cultos em doutrina e os analfabetos do espírito!
É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira - ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas.
Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa.
Nosso esforço pobre quer traduzir apenas uma idéia dessa verdade fundamental.
Grato, pois, meus amigos!
Manifestamo-nos, junto a vós outros, no anonimato que obedece à caridade fraternal. A existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade. Aliás, não nos interessaria, agora, senão a experiência profunda, com os seus valores coletivos. Não atormentaremos alguém com a idéia da eternidade. Que os vasos se fortaleçam, em primeiro lugar. Forneceremos, somente, algumas ligeiras notícias ao espírito sequioso dos nossos irmãos na senda de realização espiritual, e que compreendem conosco que "o espírito sopra onde quer".
E, agora, amigos, que meus agradecimentos se calem no papel, recolhendo-se ao grande silêncio da simpatia e da gratidão. Atração e reconhecimento, amor e júbilo moram na alma. Crede que guardarei semelhantes valores comigo, a vosso respeito, no santuário do coração.
Que o Senhor nos abençoe." - ANDRÉ LUIZ

NAS ZONAS INFERIORES - Após o desencarne, André Luiz despertou em paisagem que, quando não totalmente escura, parecia banhada de luz alvacenta, como que amortalhada em neblina espessa, que os raios do Sol aquecessem de muito longe. Ele narra: "Cabelos eriçados, coração aos saltos, medo terrível senhoreando-me, muita vez gritei como louco, implorei piedade e clamei contra o doloroso desânimo que me subjugava o espírito... Formas diabólicas, rostos alvares, expressões animalescas surgiam, de quando em quando, agravando-me o assombro."
André Luiz conta que, entre angustiosas considerações, em momento algum o problema religioso surgiu tão profundo aos seus olhos. Os princípios puramente filosóficos, políticos e científicos figuravam-se extremamente secundários para a vida humana. Porém, semelhante análise surgia tardiamente. Conhecera as letras do Velho Testamento e muita vez folheara o Evangelho; entretanto era forçoso reconhecer que nunca procurara as letras sagradas com a luz do coração.
- "Suicida! Suicida! Criminoso! Infame!" - gritos assim cercavam-no de todos os lados. Torturava-o a fome, a sede o escaldava. Comezinhos fenômenos da experiência material patenteavam-se aos seus olhos. A barba crescera, a roupa começara a romper-se.
- "Que buscas, infeliz? Aonde vias, suicida?" Tais objurgatórias, incessantemente repetidas, perturbavam-lhe o coração. Por que a pecha de suicida, se fora compelido a abandonar a casa, a família e o doce convívio dos seus?

O SOCORRO - E quando as energias faltaram de todo, quando André se sentiu absolutamente colado ao lodo da Terra, sem forças para reerguer-se, ele pediu ao Supremo Autor da Natureza que lhe estendesse mãos paternais. Quanto tempo durou a rogativa? Quantas horas consagrou à súplica, de mãos postas, imitando a criança aflita? Estaria então completamente esquecido? Não era, igualmente, filho de Deus, embora não cogitasse de conhecer-lhe a atividade sublime quando engolfado nas vaidades da experiência humana? Ah, é preciso haver sofrido muito, para entender todas as misteriosas belezas da oração; é necessário haver conhecido o remorso, a humilhação, a extrema desventura, para tomar com eficácia o sublime elixir de esperança.
Foi nesse instante que as neblinas espessas se dissiparam e alguém surgiu, emissário dos Céus. Um velhinho simpáticos sorriu-lhe paternalmente. Com os grandes olhos lúcidos, falou:
- "Coragem, meu filho! O Senhor não desampara."
Após ver André devidamente socorrido por seus dois ajudantes, esclareceu:
- "Vamos sem demora. Preciso atingir "Nosso Lar" com a presteza possível."

EM NOSSO LAR - Frente à grande porta encravada em altos muros, coberto de trepadeiras floridas e graciosas, Clarêncio se deteve e, tateando um ponto na muralha, fez abrir-se as portas de "Nosso Lar".
Conta André Luiz: "Branda claridade inundava ali todas as coisas. Ao longe, gracioso foco de luz dava a idéia de um pôr do sol em tardes primaveris. À medida que avançávamos, conseguia identificar preciosas construções, situadas em extensos jardins."
Conduzido a confortável aposento de amplas proporções, ricamente mobiliado, esforçou-se por dirigir a palavra aos dois bondosos enfermeiros:
- "Amigos, por quem sois, explicai-me em que novo mundo me encontro... De que estrela me vem, agora, esta luz confortadora e brilhante?"
Um deles afagou s fronte de André, como se fora conhecido pessoal de longo tempo e acentuou:
- "Estamos nas esfera espirituais vizinhas da Terra, e o Sol que nos ilumina, neste momento, é o mesmo que nos vivifica o corpo físico. Aqui, entretanto, nossa percepção visual é muito mais rica. A estrela que o Senhor acendeu para os nossos trabalhos terrestres é mais preciosa é bela que a supomos quando no círculo carnal. Nosso Sol é a divina matriz da vida, e a claridade que irradia provém do Autor da Criação."

O MÉDICO ESPIRITUAL - No dia imediato, após profundo e reparador repouso, André vê abrir-se a porta do quarto e entrar Clarêncio (o simpático velhinho que o socorrera), acompanhado por um simpático desconhecido. Sorridente, apresentou o companheiro: tratava-se de Henrique de Luna, do serviço de Assistência Médica da colônia espiritual.Trajado de branco, traços fisionômicos irradiando enorme simpatia, Henrique auscultou-o demoradamente, sorriu e explicou:
- "É de lamentar que tenha vindo pelo suicídio."
Singular assomo de revolta borbulhou no íntimo de André Luiz:
- "Creio haja engano - asseverou melindrado -, meu regresso do mundo não teve esta causa. Lutei mais de quarenta dias, na Casa de Saúde, tentando vencer a morte. Sofri duas operações graves, devido a oclusão intestinal..."
- "Sim, esclareceu o médico, demonstrando a mesma serenidade superior -, mas a oclusão radicava-se em causas profundas. Talvez o amigo não tenha ponderado bastante. O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo." (...)

Fonte: http://www.institutoandreluiz.org/nosso_lar_resumos.html#nossolar

Resumo exclusivo do Instituto de Divulgação Espírita André Luiz - IDEAL André Luiz® *
Cópia Livre. Agradecemos os créditos.

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