domingo, 30 de janeiro de 2011

DEUS NÃO TE FALTARÁ Emmanuel






Difícil é o caminho de elevação.
Deus te guiará.

Espinhos talvez te firam.
Deus saberá curar-te.

Desenganos surgirão.
Deus se te fará reconforto.

Incompreensões, por certo, virão sobre ti.
Deus te fortalecerá para que as superes.

Provações despontaram do cotidiano.
Deus te apoiará, a fim de que possas vencê-las.

O desânimo te ameaçará.
Deus te renovará as energias.

É possível venhas a sofrer perdas de importância.
Deus te enviará os recursos de que necessites.

Em algumas ocasiões, talvez caias.
Deus te socorrerá para que te levantes.

As crises da senda de aperfeiçoamento, muitas vezes, se multiplicarão, em torno de teus passos.
Confia, porém, no amparo de Deus, trabalha, serve e caminha.

Deus não te faltará.

Do livro "Fé", Emmanuel (Espírito), Francisco C. Xavier (médium)


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A LIÇÃO DO ESQUECIMENTO

"Não fosse o dom do esquecimento que envolve o berço terrestre, o ódio viveria eternizado transformando a Terra em purgatório angustioso e terrível, onde nada mais faríamos que chorar e lamentar, acusar e gemer..."


Não fosse o olvido temporário que assegura o refazimento da alma, na reencarnação, segundo a misericórdia do Senhor que lhe orienta a reta justiça, decerto teríamos no mundo, ao invés da escola redentora, a jaula escura e extensa, onde os homens se converteriam em feras a se digladiarem indefinidamente.
Não fosse o dom do esquecimento que envolve o berço terrestre, o ódio viveria eternizado transformando a Terra em purgatório angustioso e terrível, onde nada mais faríamos que chorar e lamentar, acusar e gemer.
A Divina Bondade, contudo, em cada romagem do espírito no campo do mundo, confere-lhe no corpo físico o arado novo suscetível de valorizar-lhe a replantação do destino, no rumo do porvir.
De existência a existência, o Senhor vela-nos caridosamente a memória, a fim de que saibamos metamorfosear espinhos em flores e aversões em laços divinos.
O Pai, no entanto, com semelhante medida, não somente nos ampara com a providencial anestesia das chagas anteriores, em favor do nosso êxito em novos compromissos.
Com essa dádiva, Ele que nos reforma o empréstimo do ensejo de trabalho, de experiência à experiência, nos induz à verdadeira fraternidade, para o esquecimento de nossas recíprocas, dia à dia.
Aprendamos a olvidar as úlceras e as cicatrizes, as deformidades e os defeitos do irmão de jornada, se nos propomos efetivamente a avançar para diante, em busca de renovadores caminhos.
Cada dia é como que a “reencarnação da oportunidade”, em que nos cabe aprender com o bem, redimindo o passado e elevando o presente, para que o nosso futuro não mais se obscureça.
Nas tarefas de redenção, mais vale esquecer que lembrar, a fim de que saibamos mentalizar com segurança e eficiência a sublimação pessoal que nos cabe atingir.
O Senhor nos avaliza os débitos, para que possamos adquirir os recursos destinados ao nosso próprio reajustamento à frente da Lei.
Recordemos o exemplo do Céu, destruindo os resíduos de sombra que, em forma de lamentação e de queixas, emergem ainda à tona de nossa personalidade, derramando-se em angústia e doença, através do pensamento e da palavra, da voz e da atitude.
Exaltemos o bem, dilatemo-lo e consagremo-lo nos menores gestos e em nossas mínimas tarefas, a cada instante da vida, e, somente assim, aprenderemos com o Senhor a olvidar a noite do pretérito, no rumo da alvorada que nos espera no fulgor do amanhã.
(Do livro "Família", Emmanuel, Francisco C. Xavier)
NOTA: O link abaixo contém a relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras:
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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

PRECURSORES DO ESPIRITÍSMO

ANDREW JACKSON DAVIS

Filho de pais humildes nasceu nos EUA, em 1826, num distrito rural do estado de Nova Iorque. Era falto de atividade intelectual, corpo mirrado, sem nenhum traço que denunciasse a sua excepcional mediunidade futura. Nos últimos anos da infância desabrochavam os seus poderes psíquicos. Ouvia vozes no campo. Vozes gentis, que lhe davam bons conselhos e conforto. Tornou-se vidente. Fazia diagnósticos médicos com a sua vidência. Olhando o corpo humano, era como se ele se tornasse transparente. Cada órgão aparecia claramente e com uma radiação especial e peculiar, que se obscurecia em caso de doença. Via os espíritos e falou com Swedenborg, já desencarnado. Tinha pouca cultura e 21 anos de idade. Em transe, proferia discursos sobre os mais variados temas, dos quais pouco ou nada sabia. Posteriormente, de nada se lembrava. Escreve cerca de trinta livros, editados com o título de Filosofia Harmônica, que lhe foram transmitidos por Swedenborg. Assiste ao desencarne de uma senhora, onde descreve pormenorizadamente os processos da morte no plano espiritual.
Por altura de 1856, antes do seu aparecimento, profetizou detalhadamente o aparecimento do automóvel, dos veículos aéreos movidos por uma força motriz de natureza explosiva, da máquina de escrever e locomotivas, com motores de combustão interna, com uma riqueza de detalhes impressionante. Previu o aparecimento do Espiritismo, em Princípios da Natureza, publicado em 1847. Davis fez uma descrição pormenorizada do mundo espiritual, mais completa do que a de Swedenborg. Davis apresentou a reencarnação como não obrigatória para o progresso do espírito (o espírito pode, e deve progredir no espaço, sem necessidade de reencarnar). Com ele nasceu o primeiro liceu espiritual, por ele fundado em 25 de Janeiro de 1863, em Nova Iorque, copiado de um sistema de educação que teria presenciado no plano espiritual, em desdobramento. O célebre vidente americano sofreu acusações caluniosas e críticas acervas Homem superior, a tudo se sobrepunha, com tolerância evangélica e larga compreensão. Desencarnou em 1910, com 84 anos.

Fonte: Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP)

Estudo da Doutrina - parte 01

Empirismo, Dogmatismo, Ceticismo a Agnosticismo

Há vários conceitos que importa aclarar, a fim de que a prática espírita não se transtorne com eles e, diante da dificuldade de estudar mais profundamente estes fenômenos, não possam tornar-se companhias indesejáveis, susceptíveis de subverter, das maneiras mais confusas, os objetivos de serviço e fraternidade à luz do Espiritismo. Comecemos pelo empirismo. Segundo o dicionário, conjunto de conhecimentos colhidos apenas na prática e doutrina filosófica segundo a qual todo o conhecimento humano deriva, direta ou indiretamente, da experiência. Vejamos um exemplo comum de uma constatação empírica: Enquanto escrevo olho pela janela. Vejo o céu azul e o Sol. Ainda há pouco ele estava mais alto. Porém, agora, passadas umas duas horas, ele está mais baixo. A leitura empírica deste fenômeno aparente de deslocação do Sol é esta: O Sol move-se no céu, e os meus olhos bem viram isso. A leitura científica deste mesmo fenômeno seria feita mais ou menos assim: Porque a Terra rola no espaço e eu me encontro, à vista desarmada, sem referencial fixo para determinar o movimento da Terra em relação ao Sol, os meus sentidos enganam-me e fazem-me pensar erradamente que é o Sol que se move, embora seja de fato a rotação da Terra que me causa esse lapso. Exemplos de empirismo, e mais grave do que isso, na prática espírita: Não cruze as pernas numa reunião espiritual, porque isso basta para quebrar a corrente fluídica; se eu não for ao passe magnético não me sinto bem, etc.
Dogmatismo: Atitude de quem afirma com intransigência, de quem afirma sem prova, nem crítica prévia; admite a possibilidade do conhecimento absoluto. É próprio das religiões e é a moldura perfeita para qualquer exercício de fé cega. Responsável por graves crimes contra a humanidade, por exemplo, a Inquisição. Quanto ao cepticismo, o dicionário define-o assim: Doutrina filosófica que defende que o homem não é capaz de alcançar a certeza e descrença. O agnosticismo é um sistema filosófico segundo o qual o espírito humano ainda se encontra impossibilitado de alcançar, sobre certos fenômenos, um conhecimento absoluto. O agnóstico, sem provas, não acredita nem descrê - aguarda pela oportunidade de recolher dados que lhe permitam retirar conclusões racionais.

Filosofia com bases científicas e consequências morais.

Tendo aparecido numa época de emancipação e madureza intelectual, em que o homem queria saber o porquê e o como de cada coisa, o Espiritismo surgiu, não somente como as revelações anteriores, através de um ensino decreto, mas também como fruto do trabalho da pesquisa e do livre exame, deixando ao homem o direito de submeter tudo ao cadinho da razão. Pelo método aplicado na observação dos fatos, pelas respostas que oferece às profundas indagações do espírito humano, com reflexos inevitáveis no modo de proceder das criaturas, salienta-se que o Espiritismo é uma doutrina de tríplice aspecto: científico, filosófico e moral. No livro O que é o Espiritismo, Allan Kardec diz-nos que “o Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações.”

Fonte: Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP)

Estudo da Doutrina - parte 02

Ciência – Método Científico

Os fenômenos mediúnicos, tão antigos quanto o ser humano na face da Terra, sempre chamaram a atenção para a realidade da vida espiritual. Todavia, foram sempre revestidos pelo caráter do maravilhoso e do sobrenatural, tão ao gosto das religiões primitivas e das tradicionais. De outras vezes, as manifestações dos espíritos eram explicadas como obra demoníaca, por princípios religiosos que persistem até hoje, desencorajando, e mesmo proibindo, através do poder religioso constituído, toda a pesquisa ou estudo que visasse esclarecer a causa dos referidos fenômenos. Foi necessário que o tempo passasse, que o homem amadurecesse e, como consequência, houvesse a libertação do conhecimento, para que a explicação racional desses fatos pudesse ser encontrada. No estudo dos fenômenos que concorreram para a elaboração do Espiritismo, Allan Kardec, da mesma forma que nas ciências positivas, aplicou o método experimental (indutivo). Não criou nenhuma teoria preconcebida e nem apresentou a priori como hipótese a existência e a intervenção dos espíritos, concluindo pela existência destes, quando ela foi evidenciada pela observação dos fatos. “Não foram os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria; a teoria é que veio subsequentemente explicar e reunir os fatos.” Como vimos na sessão anterior, foi a partir dos fenômenos das mesas girantes que Allan Kardec iniciou a sua pesquisa, em busca da explicação para esse fato tão singular e de tantos outros compreendidos na fenomenologia mediúnica.
Nascia, assim, uma nova ciência que viria romper os vínculos de quaisquer resíduos mágicos e superstição, demonstrando a existência do princípio espiritual, as propriedades dos fluidos espirituais e a ação deles sobre a matéria. Demonstrou a existência do perispírito - ou corpo espiritual - assinalado por diversos pensadores em várias épocas, reconhecendo nele o corpo fluídico da alma, mesmo depois da destruição do corpo físico. Esse invólucro é inseparável da alma, um dos elementos constitutivos do ser humano e o veículo de transmissão do pensamento. Serve de laço entre o espírito e a matéria. A parte experimental do Espiritismo está contida em O Livro dos Médiuns, editado em 1861, que, segundo Allan Kardec na apresentação da referida obra, “contém o ensino especial dos espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo”. Nessa obra, Kardec dá ênfase ao perispírito, elemento indispensável para a explicação da mediunidade e faz, também, um relato da evolução dos processos de comunicação com os espíritos, desde as mesas girantes até à psicografia, ou seja, a escrita através da mão do médium. O Espiritismo, enquanto ciência, tem o seu objeto e o seu método. O seu objeto centra-se nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos. É uma ciência de observação. O método científico, como é ensinado nas escolas, decompõe-se em várias fases:
1. Observação;
2. Formulação de hipóteses explicativas do fenômeno;
3. Segue-se a fase em que se testa experimentalmente a hipótese tida como reveladora
do mecanismo do fenômeno;
4. Enunciação da lei.
Quem estuda a história da codificação do Espiritismo, vai encontrar este percurso a ser percorrido por Kardec. Evidentemente que este tipo de fenômenos não é tão simples de pesquisar como uma experiência química processada em laboratório. Há que fazer adaptações. Os espíritos são pessoas sem corpo físico que têm a sua vontade própria (podem não estar dispostos a tentar as experiências que os experimentadores pretendem fazer. A isto acresce a necessidade de se verificar todo um conjunto complexo de circunstâncias físicas, psicológicas e outras, para que o fenômeno possa ocorrer.

Fonte: Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP)

Estudo da Doutrina - parte 03

Filosofia – Novos campos para o conhecimento

A partir do século VI a.C., surgia na Grécia uma nova maneira de propor e solucionar problemas, com a libertação das formas tradicionais de explicação da realidade, baseadas em crenças religiosas e apresentadas através de mitos. Essa nova maneira consistia no uso da razão para se descobrir a causa dos fenômenos. Começavam a surgir teorias que davam origem a todos os tipos de indagações, desde a origem do Universo, à natureza do homem, até as mais diversas atividades humanas, conduta moral, etc. Essa forma de pensar foi chamada de filosofia, que significa amor à sabedoria.
Na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, ele faz um resumo da doutrina desses filósofos, que admitiam a existência e a imortalidade do espírito, a reencarnação, a necessidade da prática do bem, etc. Não obstante o grande avanço da filosofia grega e das lições imorredouras do próprio Cristo, as grandes questões da alma permaneceram por muito tempo encobertas pelo véu do mistério e do dogma. Na Idade Média, quando a religião predominava, os valores da prevaleciam sobre a razão. Não que a humanidade deixasse de receber a contribuição de pensadores lúcidos. Mas, quando não eram envolvidos pela sociedade vigente, estes, muitas vezes, eram obrigados a silenciar. Alguns foram sacrificados em holocausto à verdade, seja no campo da religião, da filosofia ou até da ciência. Como consequência da libertação do pensamento nos tempos modernos, o homem passou a questionar os princípios filosóficos impostos de forma dogmática, considerados incontestáveis e indiscutíveis. De um lado, o ateísmo científico; de outro, a ilusão religiosa. O avanço alcançado pelas ciências, especialmente a Química, a Física e a Astronomia, o surgimento dos grandes pensadores nos séculos XVIII e XIX, concorreram para mostrar a fragilidade dos princípios defendidos pela Teologia. Da crença cega saltava- se para a negação absoluta. No campo materialista merece destaque o Positivismo, criado por Augusto Compte, que chegou ao exagero de afirmar que a ciência aposentara o Pai da Natureza e acabava de “reconduzir Deus às suas fronteiras, agradecendo os seus serviços provisórios”.
Foi nesse clima que surgiu a Doutrina Espírita, trazendo ao mundo a explicação lógica para os grandes enigmas da vida, da morte, da sobrevivência, da dor, etc. As bases da Doutrina Espírita foram estabelecidas por Allan Kardec através da análise e seleção das comunicações dos espíritos, usando os critérios da universalidade e concordância do ensino dos espíritos, à luz da razão. Como não poderia deixar de ser, o Espiritismo é uma doutrina de livre exame, propugnando pela fé raciocinada. No capítulo XIX de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec diz-nos que “Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da humanidade”. Nascia uma nova filosofia, estribada na ciência, cujas consequências morais, do mais alto alcance, preparam a humanidade para uma nova era, em que os valores espirituais preponderarão sobre os valores materiais. A filosofia espírita está consubstanciada em O Livro dos Espíritos, obra apresentada por Allan Kardec como filosofia espiritualista.
Este livro divide-se em quatro partes:
1. Das causas primárias;
2. Do mundo espírita ou mundo dos espíritos;
3. Das leis morais;
4. Das esperanças e das consolações.
Essa obra enquadra-se numa das formas mais livres da tradição filosófica: o diálogo. Por conseguinte, todo o ensinamento é apresentado através de perguntas e respostas, seguindo-se, às vezes, alguns comentários do codificador (Allan Kardec). Como todas as partes do livro serão estudadas em outras aulas deste curso básico, deter-nos-emos aqui apenas a ressaltar alguns pontos da filosofia espírita, para darmos dela uma visão de conjunto. O Espiritismo mostra Deus, não pela imagem antropomórfica - feita à imagem e semelhança do homem - que faziam dele as religiões. “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”. O Universo define-se pela tríade Deus, espírito e matéria. A matéria, porém, não é somente o elemento palpável, havendo o fluido universal, intermediário entre o plano espiritual e o plano material. “Tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até ao arcanjo, que também começou por ser átomo”, como vemos na resposta à questão n.º 540. Para chegar à perfeição, terá que passar pelas provas da existência material, através do mecanismo das reencarnações, ao qual se associa a lei de causa e efeito, que permite ao espírito compensar a sua própria consciência dos erros passados, à medida que o seu progresso lhe permite estabelecer a diferenciação entre o bem e o mal. As condições de vida após a morte do corpo físico são estudadas com detalhes, ressaltando desse estudo o processo natural de aprendizado do espírito, através da experiência. A morte, simplesmente, não o liberta das paixões, dos vícios, da ignorância, como também não define o seu futuro, como ensinava até então a Teologia. Cai por terra a falsa concepção de inferno, céu e purgatório.
Podemos dizer que a Doutrina Espírita se resume nos seguintes princípios fundamentais:
1. Deus;
2. Espírito e a sua imortalidade;
3. Comunicabilidade dos espíritos;
4. Reencarnação;
5. Pluralidade dos mundos habitados;
6. Leis morais.

Fonte: Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP)

Estudo da Doutrina - parte 04

Moral – Aperfeiçoamento Interior

O homem primitivo, não conseguindo a explicação para os vários fenômenos naturais, entre os quais a chuva, o relâmpago, o trovão, a germinação da semente, o nascimento e a morte, atribuía-os a uma potência superior. Além disso, os fenômenos mediúnicos, caracterizados pelas comunicações de espíritos entre os povos primitivos, concorreram para que essa potência ou essas potências superiores fossem de alguma forma reverenciadas, quer pelo temor que inspiravam, quer pelo caráter maravilhoso ou sobrenatural de que eram revestidos pelas concepções daquelas mentes primitivas. Nasciam, assim, as primeiras formas de adoração através dos mais diferentes cultos, que deram origem a muitas religiões do passado. Nesses cultos, sobressaíam determinados indivíduos, alguns, quem sabe, portadores de certas faculdades medianímicas, e que ganhavam notoriedade. Eram os sacerdotes, que recebiam os mais variados nomes nos diferentes povos em que se enquadravam. O estudo de algumas religiões faz-nos concluir que muitas delas são instituições bem caracterizadas pelo culto exterior, onde preponderam os sacerdotes como executores desse culto e, entre eles, uma estrutura hierárquica. É uma característica remanescente das religiões primitivas, que atingiu o próprio Cristianismo, desfigurando-o do seu aspecto simples e informal, pela intromissão do politeísmo romano e de outras influências dos povos que constituíam o Império Romano. O Espiritismo, não tendo formas exteriores de adoração, nem sacerdotes, nem liturgia, não é entendido como religião, mas sim, de acordo com Kardec, como moral ou ética (ciência do bem). Trata-se de uma opção pela clareza de linguagem, fundamental para que não se criem confusões, que seriam lamentáveis e poderiam comprometer o futuro. Todavia, anote-se que há também quem pense que, tendo como exemplo o Cristianismo no seu nascedouro, para uma doutrina ter caráter religioso não é necessário nenhuma estrutura complicada, senão um conjunto de princípios capazes de transformar o homem para melhor. Exatamente como Allan Kardec defende em O Evangelho Segundo o Espiritismo, como veremos daqui a pouco. A Doutrina Espírita, como ciência e como filosofia, esclarece os grandes enigmas da vida, dentro de princípios lógicos. Através dela ficamos, a saber, o que somos, de onde viemos, que fazemos aqui, para onde iremos após a morte do corpo físico e como respondemos pelo comportamento mau ou bom que aqui tivermos, desde já ou no futuro. Por reconhecer essa gama de consequências morais que afetaria, por certo, os seguidores do Espiritismo, e por inspiração de entidades superiores, Allan Kardec publicou, em 1864, O Evangelho Segundo o Espiritismo, admitindo que a moral espírita é a moral do evangelho, entendido este no seu sentido lógico e não desfigurado, quer pela letra quer pelo dogma, aceitando-o nos pontos não controversos e que pudessem atender à melhoria do comportamento humano. Todas as religiões têm por base a existência de Deus e por fim o futuro do homem depois da morte. Esse futuro, que é de capital interesse para a criatura, acha-se necessariamente ligado à existência do mundo invisível, pelo que o conhecimento desse mundo constituiu, desde todos os tempos, objeto das suas pesquisas e preocupações. A atenção do homem foi naturalmente atraída pelos fenômenos que tendem a provar a existência daquele mundo e nenhum houve jamais tão concludente como o das manifestações dos espíritos por meio das quais os próprios habitantes de tal mundo revelaram as suas existências. Foi por isso que esses fenômenos se tornaram básicos para a maior parte dos dogmas de todas as religiões.

Fonte: Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Oração Nossa (Emmanuel/Chico Xavier)


Senhor,
ensina-nos a orar sem esquecer o trabalho,
a dar sem olhar a quem,
a servir sem perguntar até quando,
a sofrer sem magoar seja a quem for,
a progredir sem perder a simplicidade,
a semear o bem sem pensar nos resultados,
a desculpar sem condições ,
a marchar para a frente sem contar os obstáculos,
a ver sem malícia,
a escutar sem corromper os assuntos,
a falar sem ferir,
a compreender o próximo sem exigir entendimento,
a respeitar os semelhantes sem reclamar consideração,
a dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever
sem cobrar taxas de reconhecimento.

Senhor,
fortalece em nós a paciência para com as dificuldades
dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros
para com as nossas próprias dificuldades.
Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquilo
que não desejamos para nós.
Auxilia-nos sobretudo a reconhecer que a nossa
felicidade mais alta será invariavelmente
aquela de cumprir os desígnios, onde e
como queiras, hoje, agora e sempre.

Emmanuel
Mensagem psicografada por Chico Xavier
Vídeo: YouTube
Autor da montagem: Edison de Piracicaba




"A felicidade é composta de serenidade
amor e esperança." Autor: Desconhecido.

Confraternização de Natal

Vídeo da Festa de Natal realizada no dia 18/12/2010 em nosso querido Centro Espírita Chico Xavier.

Parte 01



Parte 02



Parte 03



Parte 04



Parte 05




Parte 06




Parte 07



Parte 08



Parte 09



Parte 10

domingo, 9 de janeiro de 2011

Uma foto, torna-se um estandarte a favor da vida


Há uns tempos, esta foi a notícias dos tablóides do mundo inteiro, e principalmente nos Estados Unidos. A foto principal foi captada por Paul Harris, que fazia a cobertura fotográfica de uma cirurgia, feita dentro do útero materno, para corrigir um problema na espinha de um feto com apenas vinte e uma semanas de gestação.

A foto é realmente expectacular, e com uma mensagem divina. Paul conseguiu registar o momento exacto em que o bebé põe a mãozinha fora da pequena abertura feita pelo Dr.Joseph Bruner na placenta, e agarra num dos seus dedos. A frágil e indefesa mão, agarra firme a ponta do dedo do cirurgião, como se quisesse agarrar-se à vida com todas as suas forças, e implorando que o Dr. Joseph Bruner, o salvasse.



A mão do bebé, tem mais ou menos o tamanho de um terço do dedo do Dr. Joseph, mas mesmo assim, o médico percebe-se do que estava a acontecer. A imagem, além de retratar uma verdadeira proeza médica, e talvez um dos mais eloquentes gritos em favor da vida, registados até hoje. Esta mão pequena que comoveu o mundo inteiro, pertence a Samuel Alexander.

A vida do Samuel, estava por um fio, pois o Dr. Joseph Bruner, sabia que não iria conseguir mantê-lo vivo fora do útero materno, pelo que optou operá-lo dentro do útero materno, para corrigir a anomalia do feto,e deixá-lo continuar o seu normal crescimento. Os pais de Samuel tentaram durante bastante tempo ter um bebé, pois Julie ( a mãe) já tinha sofrido outros.



O Samuel depois de nascer

Nesta gravidez, e após 14 semanas de gestação, os problemas começaram a aparecer. Os testes de ultrassom, mostraram que o Samuel tinha uma má-formação do cérebro, e algumas anomalias na espinha dorsal. Buscando ajuda, os pais foram informados que na Universidade de Naderbilt, em Nashville, Tennessee, uma equipa médica realizava testes experimentais em cirurgia fetal. Entrando em contacto com o Dr. Joseph Bruner, o dono do dedo que o Samuel agarrou, que de imediato começou uma corrida contra o tempo.

A cirurgia foi um sucesso. As anomalias foram todas corrigidas. É impossível não nos comovermos com esta história. Ninguém pode ficar indiferente perante aquela pequena mão segurando o dedo do seu cirurgião. A imagem é tão poderosa, que passou a ser um grande motivo para que os médicos repensarem melhor, a importante e grande missão de salvar vidas. As mãos do Dr. Joseph, foram para o pequeno Samuel, a única chance de viver.



O Samuel hoje com 9 anos

Deus, o Médico dos Médicos, concedeu esse poder aos homens, e hoje todos nós sabemos que Ele tinha razão, quando vemos a mão do homem realizar micro-cirurgias dentro do ventre materno. Nunca duvidemos que em cada ser humano, está depositado o poder do Criador, e que mais cedo ou mais tarde brilhará, dando notícias ao mundo da sua origem divina. Assim, passamos a entender que as ciências não são mais que as mãos de Deus, socorrendo os Seus filhos, através das abençoadas mãos dos nossos médicos.

Pensemos nisto.


Fonte BBC NEWS: AQUI

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Compacto da obra Voltei!

Bem! Os três posts que publiquei anteriormente, assim como este em que teço um comentário introdutório tratam-se de um resumo da obra Voltei!, escrita pelo espírito Jacob e psicografada pelo médium Chico Xavier, é um arquivo feito em PowerPoint e que, a meu ver, é simplesmente magnífico. Segue abaixo uma Cartilha produzida pelo autor desse arquivo que ainda não descobri a autoria, mas assim que souber publicarei aqui em nosso Blog.

Cartilha Sintética:

1 - Cada espírito atende às causas que criou no curso do tempo, gravitando em torno das Leis que regem a vida;
2 - Dois terços das criaturas humanas encarnadas demoram-se entre a Irracionalidade e a Razão;
3 - Um terço está em trânsito da Razão para a Humanidade;
4 - Fora do corpo bilhões de seres evoluem nas mesmas condições;
5 - Em esferas mais elevadas outros bilhões caminham da Humanidade para a Angelitude;
6 - O processo de educação do Ser tem sua base no reencarnacionismo e no trabalho incessante;
7 - O instituto das compensações funciona igualmente para todos;
8 - Ninguém ilude as Leis Universais;
9 - Os recursos de dignificação da criatura estão à disposição nas diversas escolas religiosas da Terra. Ainda que diferentes no culto exterior, têm a mesma essência na fonte da Verdade Eterna;
10 - Jesus é o Ministro do Absoluto junto às coletividades terrestres. Os Grandes Instrutores do mundo, são mensageiros d’Ele;
11 - Toda a criatura humana possui consigo as sementes da Sabedoria e do Amor, quando ambientar estes germes dentro de si mesmo, através dos séculos incessantes, conquistará as qualidades do Sábio e do Anjo.

Voltei! (Resumo do Livro), Irmão Jacob, psicografado por Chico Xavier - Parte I


Frederico Figner, que no livro adotou o pseudônimo de “irmão Jacob”, foi diretor da FEB e espírita atuante. Prometeu escrever do além tão logo lá chegasse. Quando encarnado, acreditava que a morte era uma mera libertação do espírito e que seguiria para as esferas de julgamento de onde voltaria a reencarnar, caso não se transferisse aos Mundos Felizes. Mas, conforme seu depoimento, o que aconteceu após o seu desencarne não foi bem assim. Deixou-nos um alerta. "Não se acreditem quitados com a Lei, atendendo pequeninos deveres de solidariedade humana."
Quando ainda doente, pediu para escrever sobre o que acontece após morte. Recebeu permissão, mas encontrou dificuldades fluídicas. Ofendeu-se quando foi impedido de se comunicar. Irmão Andrade, seu o guia espiritual, ajudou no desencarne. Ele sentiu dois corações batendo. A visão alterava-se. Sentia-se dentro de um nevoeiro enquanto recebia passes. A consciência examinava acertos e desacertos da vida, buscando justificativas para atenuar as faltas cometidas. De repente viu-se à frente de tudo que idealizou e realizou na vida. As idéias mais insignificantes e os mínimos atos desfilavam em uma velocidade vertiginosa. Tentou orar mais não teve coordenação mental. Chorou quando viu o vulto da filha Marta aconselhando-o a descansar. Durante o transe, amparado por sua filha Marta, tentou falar e se mexer mas os músculos não obedeceram. Viu-se em duplicata, com fio um prateado ligando-o ao corpo físico. Precisaria de mais tempo para o desligamento total. Sua capacidade visual melhorou e divisou duas figuras ao lado da filha Marta: Bezerra de Menezes e o irmão Andrade. Tentou cumprimentá-los mas não conseguiu se erguer. Continuava imantado aos seus objetos pessoais. Precisava sair daquele ambiente para se equilibrar. Importância do Mar. Foi levado para perto do mar para renovar as forças. As dores desapareceram. Descansou. Teve a sensação de haver rejuvenescido e notou que estava com trajes impróprios, na ilusão de encontrar alguém encarnado.  Na volta para casa, vestiu um terno cinza. Uma senhora encarnada que caminhava em direção a eles passou sem que nada ocorresse de ambos os lados. Recomposto da surpresa foi informado que estão em dimensões diferentes. No velório, projeções mentais dos presentes provocam-lhe mal-estar e angústia. No velório Jacob analisou as dificuldades e as lutas de um "morto" que não se preparou. Os comentários divergentes a seu respeito provocaram-lhe perturbações passageiras. Continuava ligado ao corpo. Bezerra esclareceu que não é possível libertar os encarnados rapidamente, depende da vida mental e dos ideais ligados à vida terrestre...

Voltei! (Resumo do Livro), Irmão Jacob, psicografado por Chico Xavier - Parte II

... A Conversação. Jacob melhorou e se aproximou de amigos encarnados, mas não do corpo, conforme orientação recebida. Percebeu entidades menos simpáticas e foi impedido de responder. Decepcionou-se com comentários de amigos encarnados sobre as despesas do enterro. Não conseguiu suportar estes dardos mentais. A prece. Viu círculos de luz em um dos carros. Percebeu orações a seu favor e alegrou-se. Assistiu de longe pois Bezerra informou que enterros muito concorridos impõem grande perturbações à alma. Descobriu que quem não renunciou aos hábitos e sentidos do corpo demora para se desprender. Entre companheiros. Finalmente liberto do corpo, Jacob visitou seu lar e seu núcleo de trabalho. Abraçou amigos e seguiu em direção à praia para se reunir  com outros espíritos recém-desencarnados. Durante o trajeto ficou preocupado por não lembrar de vidas passadas e por não saber onde iria morar. Sua filha garantiu que tudo seria solucionado pouco a pouco. A professora. Minutos depois, respeitável senhora chegou acompanhada de benfeitores e saudou  a todos. Jacob viu uma luz irradiando de seu tórax e sentiu inveja. Marta o repreendeu. Bezerra fez uma preleção informando que aqueles que não tiverem serenidade terão dificuldades no caminho que será percorrido até a colônia espiritual. Volitaram. Viagem pelas regiões Umbralinas. A caravana seguiu sobre vasto abismo de trevas, numa região vulcânica. Formas monstruosas surgiam espaçadamente. Bezerra pediu silêncio, calma, prece e decisão, sobretudo esquecimento de falta grave do passado para não criar sintonias perigosas. A ponte. Uma luz multicolor varreu o céu emocionando a todos. Ao menor sinal de falta de sintonia de um espírito presente no grupo, vozes lúgubres ressoaram. Bezerra sereno, exaltou a todos à sintonia no bem. Pediu que Jacob fizesse uma prece para recompor sua energia. O grupo voltou a levitar passando pela ponte. Paisagem diferente. A paisagem se modificou após a ponte. A atmosfera se tornou leve e marginada de flores, algumas delas emitiam luz. Amigos ligados a alguns do grupo chegaram com tochas acesas entoando cânticos jubilosos. Um grupo de crianças, tal como aves, vieram buscar a professora para outra esfera. Velhos amigos. O agrupamento prosseguiu volitando. Apareceram espaçosas moradias. Alguns amigos chamaram seu nome e Jacob os reviu com alegria. Deu notícias de amigos comuns que ficaram na Terra. Guillon interrompeu alegando que teriam tempo para conversar. De momento, era preciso repousar. Em repouso. Jacob ingressou numa casa acolhedora. O ambiente doméstico era perfeito. Retratos pendiam nas paredes construídas de substância semiluminosa...

Voltei! (Resumo do Livro), Irmão Jacob, psicografado por Chico Xavier - Parte III

... Reencontrou Mãe Frida sem reconhecê-la. Tentou conversar mais, mas o cansaço o impediu. Andrade o conduziu a seu quarto para descansar e dormir. Ao despertar, perguntou para Andrade porque a travessia da ponte não foi realizada flutuando a uma grande altura já que não tocava com os pés no chão e porque não conseguiu lembrar do passado? Andrade respondeu que se o grupo dominasse plenamente a volitação, não haveria a necessidade da ponte. Quanto ao passado seria melhor lembrar aos poucos. Na nova moradia espiritual, Jacob mostrou desejo de trabalhar. Asseguram-lhe que isto iria acontecer em breve. Perguntou sobre os tribunais de julgamento e esclareceram que não existem, só na consciência de cada um. Marta fez um relato sobre parentes e seus destinos. Tocou piano e informou que Beethoven está em esfera superior. Jacob passeou pelos arredores e se surpreendeu. As Casas se distanciavam bastante entre si, indicando planejamento prévio. Marta disse que ele recebeu permissão para morar com ela. Jacob reparou nos halos de luz de sua filha e de Andrade e teve de lutar para não cair em desânimo. A Escola. Jacob se impressionava com tudo. Marta explicou detalhes sobre encarnação e desencarnação dos jovens e das crianças. A Cidade. Jacob viu instituições consagradas ao bem coletivo. Não viu pessoas com expressão de aflição ou desânimo. É uma colônia espiritual de emergência, situada em planos menos elevados, mas todos tem que guardar serenidade, conforme recomendações. Pensou em se dirigir imediatamente ao Templo, mas isso só foi possível mais tarde. Na segunda noite recebeu a visita de Guillon e Cairbar. Estavam remoçados e  disseram que não viviam naquela colônia. Quanto a Bezerra, Sayão e Bittencourt Sampaio optaram por ficar junto aos infelizes da Terra, embora já pudessem alçar vôos para planos superiores. Convidaram-no a ir ao RJ. Volta ao Rio. Amparado por Guillon e Cairbar, sentiu  que estavam volitando em linha reta, mais rápido e mais alto. Viu a ponte já conhecida. Descobriu que há rotas espirituais que favorecem o deslocamento. Jacob sentiu desejo de se materializar em plena avenida para dar testemunho e Guillon riu. Envolvimento inferior. Jacob viu que o número de encarnados acompanhados por espíritos benignos ou sinais luminosos era bem menor do que os acompanhados de entidades inferiores. Guillon disse que é possível identificar o vício de cada um, após um breve exame. Essas pessoas vagam assim sem rumo até o dia em que resolverem  modificar-se para o bem. O serviço não para. Assistiu o início dos trabalhos de socorro em respeitável instituição. Jacob reparou com certa mágoa que existia entre ele e os companheiros visível diferença quanto à luminosidade. Sentiu-se envergonhado. Alguns espíritos reconheceram Jacob e perguntaram sobre sua luz. Guillon disse que ela viria mais tarde. A homenagem. No 30° dia de seu desencarne, Jacob recebeu permissão para ir ao Templo, encontrando vários amigos. Após a prece de Bezerra, surgiu Bittencourt Sampaio. Jacob surpreendido e envergonhado, confessou em prantos que não era digno dessas homenagens e que deveria ser julgado como réu. Bittencourt garantiu-lhe que só Jesus passou ileso. O Bar. A equipe de aprendizado precisava praticar as lições teóricas recebidas. Jacob e outro aluno sugeriram atividades de socorro e doutrinação. Encontraram um obsessor num bar suburbano e Ornelas advertiu que era preciso usar recursos diferentes daqueles controlados pela mediunidade. Era uma triste figura de vampiro. Ao perceber a aproximação, o vampiro arremessou forças perturbadoras contra Jacob que estremeceu face a tanta agressividade. Tentou desistir. Ornelas interveio impondo a mão sobre Jacob que doutrinou seguro e emocionado dizendo que já era tempo de libertar o amigo doente. O verdugo não reconheceu autoridade em Jacob para conselhos. Disse que sempre seguiu seus passos e que ele não fazia o que pregava. Jacob retrucou que não repousará enquanto não afinar ações com ideais pregados. Após relutância conseguiu que ambos orassem e recebessem passes. Iluminação própria. Buscando acrescentar qualidade às boas obras, Jacob passou a visitar espíritos endurecidos e sofredores. Por mais de 200 dias ouviu referências às suas antigas faltas, erros da mocidade, asperezas e promessas não cumpridas, proferidas por espíritos inimigos do bem. Orou...trabalhou. Conseguiu sua luz.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Palestras de Janeiro - 2011



01/01 - Edson alencar;
08/01 - Matheus;
15/01 - Marcelino;
22/01 - Bruno;
29/01 - Thiago.

DEFINIÇÃO DE SAUDADE

DEFINIÇÃO DE SAUDADE

Artigo do Dr. Rogério Brandão,
Médico oncologista

Como médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional (...) posso afirmar que cresci e modifiquei-me com os dramas vivenciados pelos meus pacientes... Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além... Recordo-me  com  emoção  do  Hospital  do  Câncer  de  Pernambuco, onde  dei  meus primeiros passos como profissional... Comecei a freqüentar a enfermaria infantil e apaixonei-me pela oncopediatria. Vivenciei os dramas dos meus pacientes, crianças vítimas inocentes do câncer. Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento das crianças. Até o dia  em  que  um  anjo passou por mim! Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas de químicos e radioterapias. Mas nunca vi o pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em seus olhinhos; porém, isso é humano! Um dia, cheguei ao hospital  cedinho  e  encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.
— Tio, — disse-me ela — às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores... Quando eu morrer,  acho  que  ela  vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida! Indaguei: — E o que morte representa para você, minha querida? — Olha  tio,  quando  a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é? (Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, com elas, eu procedia exatamente assim.) — É isso mesmo. — Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa. Dele, na minha vida verdadeira! Fiquei "entupigaitado", não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade com que o sofrimento acelerou a visão e a espiritualidade daquela criança.  — E minha mãe vai ficar com saudades — emendou ela. Emocionado, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei: —  E o que saudade significa para você, minha querida? — Saudade é o amor que fica! Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição
melhor, mais direta e simples para a palavra saudade: é o amor que fica! Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas, deixou-me uma grande lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores. Quando a noite chega, se o céu está limpo e vejo uma estrela, chamo pelo "meu anjo", que brilha e resplandece no céu. Imagino ser ela uma fulgurante estrela em sua nova e eterna casa. Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que me ensinaste, pela ajuda que me deste. Que bom que existe saudade! O amor que ficou é eterno. ATITUDE É TUDO! Seja mais humano e agradável com as pessoas. Cada uma das pessoas com quem você convive está travando algum tipo de batalha. - Viva com simplicidade. - Ame generosamente. - Cuide-se intensamente. -Fale com gentileza.         - E, principalmente, NÃO RECLAME! Lembre-se... Você é especial... E... não estamos aqui por  acaso...

Missada.
Agosto 2010.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

UM HOMEM DESTINADO A UMA MISSÃO

O professor Hippolyte Léon Denizard Rivail – Allan Kardec – interessou-se pelos fenômenos espíritas no ano de 1855, quando o sr. Carlotti, seu amigo há 25 anos, lhe falou, pela primeira vez, da intervenção dos espíritos e conseguiu
aumentar as suas dúvidas sobre tais fenômenos. Inicialmente, o professor Rivail esteve a ponto de abandonar as investigações, porquanto não era positivamente um entusiasta das manifestações espíritas. Quase deixou de frequentar as sessões, não o fazendo em atenção aos pedidos do sr. Carlotti, e de um grupo de intelectuais que, confiando na sua inteligência, competência e honestidade, lhe delegaram a ingente tarefa de compilar, separar, comparar, condensar e coordenar as comunicações que os espíritos lhes ditaram  Assinala Kardec que foram as meninas Baudin (Julie e Caroline – 14 e 16 anos de idade) as médiuns que mais concorreram para esse trabalho, sendo quase todo o livro (refere-se ao Livro dos Espíritos) escrito por intermédio delas e na presença de saleta e numerosa assistência. Foi, então, a casa da sonâmbula srª. Roger, na companhia do sr. Fortier, seu hipnotizador, e ali encontrou o sr. Pâtier e a srª. Plainemaison, que lhe falaram dos mesmos fenômenos referidos por Carlotti, mas em tom mais ponderado. O sr. Pâtier, funcionário público, de meia-idade, muito instruído, de caráter sério, frio e calmo; de falar ajuizado, isento de qualquer arroubo, causou-lhe excelente impressão e, quando o convidou a assistir às experiências que se realizavam em casa da srª Plainemaison, na Rua Grange-Batelière, n.º 18, em Paris, aceitou com sofreguidão. O encontro fora marcado para Terça-feira, 31 de Maio de 1855, às oito horas da noite. Já anteriormente, em 1854, o prof. Rivail ouviu “falar, pela primeira vez, das mesas girantes, pela boca do sr. Fortier, magnetizador, com o qual entrara em relações para os seus estudos sobre magnetismo”. O sr. Fortier um dia falou-lhe: “Eis uma coisa mais do que extraordinária: – não somente magnetizam uma mesa, fazendo-a girar, mas também a fazem falar; perguntam coisas e a mesa responde”. Allan Kardec replica: “Isto é outra questão: acreditarei quando puder ver com os meus próprios olhos e quando me provarem que uma mesa tem um cérebro para pensar, nervos para sentir e que pode tornar-se sonâmbula: por enquanto, seja-me permitido dizer que tudo isso me parece um conto para fazer dormir em pé”. Em Obras Póstumas, Kardec comenta: “Era lógico este raciocínio: eu concebia o movimento por efeito de uma força mecânica, mas ignorando a causa e a lei do fenômeno, afigurava-se-me absurdo atribuir-se inteligência a uma coisa puramente material. Achava-me na posição dos incrédulos atuais, que negam porque apenas vêem um fato que não compreendem”. Foi na casa da sr.ª Plainemaison, naquela Terça-feira, 31 de Maio de 1855 já citada, que Hippolyte Léon Denizard Rivail assistiu pela primeira vez os fenômeno das mesas que “giravam, saltavam e corriam, em condições tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida. (...) Eu entrevia, naquelas aparentes futilidades, no passatempo que faziam daqueles fenômenos, qualquer coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim estudar a fundo (...) Os médiuns eram duas senhoritas Baudin (Julie e Caroline). (...) Aí, tive o ensejo de ver comunicações contínuas e respostas a perguntas formuladas, algumas vezes, até a perguntas mentais, que acusavam, de modo evidente, a intervenção de uma inteligência estranha”. São declarações do codificador. E continua ele, em Obras Póstumas: “Compreendi, antes de tudo, a gravidade da exploração que ia empreender; percebi, naqueles fenômenos, a chave do  problema, tão obscuro e controvertido, do passado e do futuro da Humanidade, a solução que eu procurava em toda a minha vida. (...) fazia-se mister, portanto, andar com a maior circunspecção e não levianamente; ser positivista e não idealista, para não me deixar iludir”. Antes de dedicar-se ao estudo dos fenômenos espíritas, quem era Allan Kardec? Ele nasceu na cidade de Lyon, na França, a 3 de Outubro de 1804, recebendo o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail. Os estudos de Kardec foram iniciados em Lyon, tendo-os completado em Yverdun, na Suíça, sob a direção do célebre e inesquecível professor Pestalozzi. Teve uma sólida instrução, servida por uma robusta inteligência. Ele conhecia alemão, inglês, italiano, espanhol, holandês, sem falar na língua materna, e tinha grande cultura científica. O seu trabalho pedagógico é rico e extenso. Produziu, em França, quase uma dezena de obras sobre educação, no período de 1828 a 1849. Os seus livros foram adotados pela Universidade de França. Traduzia para a língua alemã, que conhecia profundamente, diferentes obras de educação e moral, dentre elas,
Telêmaco, de Fénelon. Foi bacharel em Ciências e Letras. Membro de
sociedades sábias da França, entre outras, da Real Academia de Ciências Naturais. Emérito educador, criou em Paris o Instituto Técnico, estabelecimento de ensino com base no método Pestalozzi; foi professor no Liceu Polimático. Fundou, em sua casa, cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia Comparada, Astronomia, etc. Criou um método original, por processos mnemônicos, que levava o estudante a aprender e compreender as lições com facilidade e rapidez. No ano de 1832 casou-se com Amélie Gabrielle Boudet, professora com diploma de primeira classe. A sua doce Gabi, como ele carinhosamente a chamava ajudou-o intensamente, tanto nas suas atividades pedagógicas quanto no seu fecundo labor pela causa espírita. Como homem, foi um homem de bem; caráter adamantino. As qualidades morais marcavam a sua personalidade; na vida, a coragem nunca lhe faltou; nunca desanimava; a calma foi um destaque do seu caráter; de temperamento jovial; de inteligência brilhante, marcada pela lógica e pelo bom senso; não fugia à discussão, quando a finalidade era esclarecer os assuntos. Allan Kardec foi o escolhido para tão elevada missão – a de Codificador, justamente pela nobreza dos seus sentimentos e pela elevação do seu caráter, tudo aliado a uma sólida inteligência. “Ele sujeitava os seus sentimentos, os seus pensamentos à reflexão. Tudo era submetido ao poder da lógica. (...) Nada passava sem o rigor do método, sem o crivo do raciocínio. Filósofo, benfeitor, idealista, dado às ideias sociais, possuía, ainda, um coração digno do seu caráter e do seu valor intelectual”. A partir do instante em que se dedicou ao estudo dos fenômenos da intervenção dos espíritos, no ano de 1855, na casa da srª. Plainemaison, até ao ano de 1869, quando desencarnou vitimado pelo rompimento de um aneurisma, no dia 31 de Março, trabalhou intensa e incansavelmente, tendo produzido o maior acervo da Doutrina Espírita. Do seu trabalho gigantesco, destacamos:

O Livro dos Espíritos (1857),
O Livro dos Médiuns (1861),
O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864),
O Céu e o Inferno, ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo (1865),
A Gênese, os Milagres e as Predições (1868).


Estes livros constituem a base do Espiritismo ou Doutrina Espírita Kardec criou uma terminologia apropriada aos novos conceitos da Doutrina Espírita. Entre
outros, os vocábulos espírita, espiritista e espiritismo, que exprimiam, sem nenhum equívoco, as ideias relativas aos espíritos na orientação doutrinária espírita. Não confundir com espiritual, espiritualista e espiritualismo. Produziu obras subsidiárias e complementares, de grande valor doutrinário, como O que é o Espiritismo, Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita e Obras Póstumas. Criou a Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos, periódico mensal que editou e preparou os originais de Janeiro de 1858 a Junho de 1869, e fundou, em Paris, a 1 de Abril de 1858, a primeira associação espírita regularmente constituída, sob a denominação de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Nestas rápidas anotações, não conseguimos dizer tudo a respeito do missionário da Codificação Espírita. Registramos, apenas, aspectos gerais da sua magnífica personalidade. Sugerimos, entretanto, que os interessados consultem a bibliografia indicada, para melhor sentirem o valor extraordinário, a sua vida e a sua obra.

Fonte: Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP)

AS MESAS GIRANTES

Uma série progressiva de fenômenos deram origem à Doutrina Espírita. “O primeiro fato observado foi o da movimentação de objetos diversos. Esignaram-no vulgarmente pelo nome de mesas girantes ou dança das mesas”. Tal fenômeno parece ter sido notado primeiramente na América do Norte de forma intensa, e propagou-se pelos países da Europa, como a França, a Inglaterra, a Alemanha, a Holanda e até a Turquia, nos meados do século XIX, tendo como marco, especialmente, o ano de 1848, com os fenômenos de Hydesville já estudados, envolvendo a família Fox. Todavia, a História registra que ele remonta à mais alta antiguidade, tendo-se produzido de formas estranhas, como ruídos insólitos, pancadas sem nenhuma causa ostensiva “A princípio quase só encontrou incrédulos, porém, ao cabo de pouco tempo, a multiplicidade de experiências não mais permitiu que pusessem em dúvida a realidade”.  O fenômeno das pancadas, ou batidas, foi chamado raps ou echoes; o das mesas girantes, ou moventes, de table-moving, para os ingleses; table-volante ou table-tournante, para os franceses. No início, nos Estados Unidos da América, os espíritos só se comunicavam pelo processo trabalhoso, e de grande morosidade, de alguém dizer em voz alta o alfabeto e o espírito era convidado a indicar por raps ou echoes, no momento em que fossem pronunciadas as letras que, reunidas, deviam compor as palavras que queria dizer. Era a telegrafia espiritual. Os próprios espíritos indicaram, em fins de 1850, uma nova maneira de comunicação: bastava, simplesmente, que se colocassem ao redor de uma mesa, em cima da qual se poriam as mãos. Levantando um dos pés, a mesa daria (enquanto se recitava o alfabeto) uma pancada toda a vez que fosse proferida a letra que servisse ao espírito para formar as palavras. Esse processo, ainda que muito lento, produziu resultados excelentes, e assim se chegou às mesas girantes e falantes. Há que notar, que a mesa não se limitava a levantar-se sobre um pé para responder às perguntas que se faziam; movia-se em todos os sentidos, girava sob os dedos dos experimentadores, às vezes elevava-se no ar, sem que se descobrissem as forças que a tinham suspendidas.O fenômeno das mesas girantes propagou-se rapidamente e durante muito tempo entreteve a curiosidade dos salões. Depois, aborreceram-se dele, pois a gente frívola, que apenas imita a moda, o considerou como simples distração. As pessoas criteriosas e observadoras, todavia, abandonaram as mesas girantes por terem visto nascer delas algo sério, destinado a prevalecer e passaram a ocupar-se com as consequências a que o fenômeno dava lugar, bem mais importantes nos seus resultados. Deixaram o alfabeto pela ciência, tal o segredo desse aparente abandono (...)  As mesas girantes representarão sempre o ponto de partida da Doutrina Espírita e merecem, por isso, alguma explicação, para que, conhecendo-se as causas, facilitada será a chave para a decifração dos efeitos mais complexos. Para que o fenômeno se realize há necessidade da intervenção de uma ou mais pessoas dotadas de especial aptidão, designadas pelo nome de médiuns. Muitas vezes, um poderoso médium produzirá sozinho mais do que vinte outros juntos. Basta colocar as mãos na mesa para que, no mesmo instante, ela se mova, erga , revire, dê saltos, ou gire com violência. A princípio, supôs-se que os efeitos poderiam explicar-se pela ação de uma corrente magnética, ou elétrica, ou ainda pela de um fluído qualquer. Outros fatos, entretanto, demonstraram ser esta explicação insuficiente. Estes fatos são as provas de inteligência que eles deram. Ora, como todo o efeito inteligente há-de, por força, derivar de uma causa inteligente, ficou evidenciado que, mesmo admitindo-se, em tais casos, a intervenção da eletricidade, ou de qualquer outro fluido, outra causa se achava a essa associada. Qual era? Qual a inteligência? As observações e as pesquisas espíritas realizadas por Allan Kardec e outros sábios, demonstraram que a causa inteligente era determinada pelos espíritos que podiam agir sobre a matéria, utilizando o fluido fornecido pelos médiuns, isto é meios ou intermediários entre os espíritos e os homens, gerando, assim, as manifestações físicas e as manifestações inteligentes. Aperfeiçoaram-se os processos. As comunicações dos espíritos não se detiveram nas manifestações das mesas girantes. Evoluíram para as cestas e pranchetas, nas quais se adaptava um lápis e as comunicações passaram a ser escritas – era a psicografia indireta. Posteriormente, eliminaram-se os instrumentos e apêndices; o médium, tomando diretamente o lápis, passou a escrever por um impulso involuntário e quase febril – era a psicografia direta.

Fonte: Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP)

PRECURSORES DO ESPIRITISMO

EMANUEL SWEDENBORG

Muito culto, este grande vidente sueco era engenheiro de minas, uma autoridade em metalurgia, zoólogo, anatomista e uma grande autoridade em física e astronomia. Grande precursor do Espiritismo. Viveu em Londres. Em 1787 manifesta-se médium. O caso de Gothenburg é famoso, onde o vidente observou e descreveu um  incêndio em Estocolmo, a 300 milhas de distância, com perfeita exatidão, estando ele num jantar com 16 convidados,  que serviram de testemunhas. Este caso foi investigado, inclusive, pelo filósofo Kant, que era seu contemporâneo. Ele verificou, através da vidência, que o mundo espiritual, para onde vamos após a morte, se compõe de várias esferas, representando graus de luminosidade e felicidade. Cada um de nós irá para aquela que se adapte à nossa condição espiritual. Somos julgados, automaticamente, por uma lei espiritual de similitudes. O resultado é determinado pelo resultado global da nossa vida, de modo que a absolvição ou o arrependimento no leito da morte têm pouco proveito. Verificou, nessas esferas espirituais, que o cenário e as condições deste mundo eram reproduzidos fielmente, do mesmo modo que a estrutura da sociedade. Viu casas onde viviam famílias, templos onde praticavam o culto, auditórios onde se reuniam para fins sociais, palácios onde deviam morar os chefes. A morte era suave, dada a presença de seres celestiais, que ajudavam os recém- chegados na sua nova existência. Eles passavam, imediatamente, por um período de absoluto repouso. Reconquistavam a consciência em poucos dias. Havia anjos e demônios, mas eram seres humanos que tinham vivido na Terra e que, ou eram almas retardatárias (demônios), ou altamente desenvolvidas (anjos). Levam consigo os seus hábitos mentais adquiridos, as suas preocupações, os seus preconceitos. Todas as crianças eram recebidas igualmente, fossem ou não batizadas. Cresciam no outro mundo. Jovens serviam-lhes de mães até que chegassem as mães verdadeiras. Não havia penas eternas. Os que se achavam nos infernos podiam trabalhar para sair de lá, desde que quisessem. Os que se achavam no céu não tinham lugar permanente: trabalhavam por uma posição mais elevada. Havia o casamento, sob a forma de união espiritual. Ele fala da arquitetura, do artesanato, das flores, dos frutos, dos bordados, da arte, da música, da literatura, da ciência, das escolas, dos museus, das academias, das bibliotecas e dos desportos. Os que saíam deste mundo velhos e decrépitos, doentes ou deformados, recuperavam a mocidade e, gradativamente, o completo vigor. Os casais continuavam juntos, se os seus sentimentos recíprocos os atraíam. Caso contrário, era desfeita a união. Isto por volta de 1790, quase 100 anos antes de aparecer o Espiritismo, com Allan Kardec.


Fonte: Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP)