sábado, 18 de junho de 2011

SERENA RESIGNAÇÃO

 Pai.....  


    Quando me destes nova existência na Terra, aceitei-a, confiante, e, disposto a recomeçar e a reconstruir, brindei-a com sorrisos de inocência e meus braços estendidos eram desejo e boa vontade em refazer laços para desfazer algemas...

O tempo passou e tão pouco foi possível realizar!

Meu sorriso hoje, Senhor, é tímido e não mais inocente; e meus braços... já não OS estendo, com medo de vê-Los retornando vazios!

A vida é escola dura para com nossos sonhos, e o tempo é mestre exigente que cobra as lições com rigor, a fim de melhor conferir nosso aproveitamento!...

Trouxe comigo grandes ideais, eu o sei, mas hoje eis-me aqui de coração entristecido, consciente de que foi possível fazer muito pouco, de conquistar quase nada...

No entanto, meu Pai, peço-lhe não deixe que a melancolia e a mágoa entorpeçam meu entendimento, impedindo-me de perceber que, se hoje o fracasso permeia OS meus melhores projetos, adiando para amanhã esperanças e realizações, em nova existência Tu me darás outras oportunidades e tão mais felizes e valiosas quanto mais eu souber manter em minha alma serena resignação perante o que eu não posso mais modificar nesta encarnação...

 Se hoje é tempo de chorar e baixar OS olhos, amanhã será tempo de tornar a sorrir e a confiar, porque Tua Justiça, Senhor, ordena que se dê àquele que já tem e se retire tudo daquele que parece até mesmo mais nada possuir!...

Quero, através DA resignação, conquistar a Paz, a compreensão e o entendimento! Desejo, através DA serenidade, adquirir sabedoria, madureza de espírito, capacidade de ver para melhor discernir!...

Não me deixe, Senhor, partir do mundo empobrecido, derrotado pela minha desilusão! Pelo contrário, mostra-me que, se hoje colho derrotas e decepções, se me vejo impedido de crescer e realizar, se não tenho para quem sorrir ou a quem abraçar, amanhã, em novo tempo ao meu espírito, Tu farás suscitar pessoas e oportunidades que me trarão de Volta ao coração a felicidade e a fé, e secarão, entre risos e afagos, as minhas lágrimas de hoje...
 


Assim seja!  


 (André Luiz)

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